Descarte ( 1596 - 1650 )

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

 


Descarte é considerado o pai da filosofia moderna pela revolução e originalidade de suas idéias. Apesar de ter estudado em colégio Jesuíta e tomar conhecimento da filosofia e conhecimentos vigentes na época, algumas questões durante o período de sua vida fez com que fosse levado a desconfiança do conhecimento por ele adquirido e tornou-se um terrível crítico da escolástica como veremos.
Diante do erro do sentidos , tomemos como exemplo a questão o heliocentrismo que quase levou Galileu à fogueira, Descarte propõe a desconfiar-se de todas as coisas, mesmo de sua própria existência para a partir daí tentar chegar a algumas conclusões.
A primeira verdade que Descarte conclui e da qual não pode negar está no fato de que negação da sua própria existência válida-lhe o ato de pensar, e assim a sua própria existência. Assim chega a sua máxima " cogito ergo sun" , penso logo sou , isto é , existo. É interessante que está conclusão é feita a partir do pensamento e independe da razão, por isso , ele será conhecido como filósofo racionalista.
Descarte ainda fará uma crítica ferrenha a lógica Aristotélica, pois segundo ele não traz nada de novo, vejamos um exemplo desta lógica:

Todos os homens são mortais
Sócrates é um homem
Logo, Sócrates é mortal

Segundo Descarte, não precisaríamos nem mesmo da terceira premissa, uma vez que partindo do conceito universal, Todos os homens são mortais, a terceira já está de forma intrínsica na segunda " Sócrates é um homem ".
Assim tal lógica não traz nada de novo para a ciência.
Descarte proporá um método para que possamos chegar a verdade , que ficou conhecido como método cartesiano, vejamos passo a passo:

1º) Clareza e distinção (“nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse claramente como tal; ou seja, de evitar cuidadosamente a pressa e a prevenção, e de nada fazer constar de meus juízos que não se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito que eu não tivesse motivo algum para duvidar dele”;
2º) Análise (“repartir cada uma das dificuldades que eu analisasse em tantas parcelas quantas fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las”, chegando aos elementos mais simples);
3º) Ordem (“o de conduzir por ordem meus pensamentos, iniciando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-me, pouco a pouco, como galgando degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e presumindo até mesmo uma ordem entre os que não precedem naturalmente uns aos outros”. Defende a dedução como forma de ampliar o saber, do mais simples ao mais composto) ;
4º) Enumeração (“efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais nas quais eu tivesse a certeza de nada omitir”. Para que todos os elementos sejam considerados e para verificar se a visão total está de acordo como as regras que foram aplicadas).

É importante ressaltar que diante da dificuldade que temos de conhecer o que está fora do pensamento, isto é , a realidade externa, precisamos dominá-la a fim de obtê-la seu total domínio. Isto acaba por provocar um distanciamento do ser ante a natureza. Como veremos mais a frente, muitos filósofos contemporâneos, principalmente os da escola de Frankfurt, criticarão está dualidade entre o res cogita ( coisa pensante) e o res extensa ( coisa extensa ) corpo e matéria e suas consequencias.

Hemerson

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