Os principais conceitos Aristotélicos relacionados ao ser

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

 

As quatro causas

Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de algo:

  • A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por exemplo);
  • A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);
  • A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa surge, como as mãos de quem trabalha a argila);
  • A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar arranjos para enfeitar um ambiente).

A teoria aristotélica sobre as causas estende-se sobre toda a Natureza, que é como um artista que age no interior das coisas.

Essência e acidente

Aristóteles distingue, também, a essência e os acidentes em alguma coisa.

A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é; é o que dá identidade a um ser, e sem a qual aquele ser não pode ser reconhecido como sendo ele mesmo (por exemplo: um livro sem nenhum tipo de letras não pode ser considerado um livro, pois o fato de ter letras é o que permite-o ser identificado como "livro" e não como "caderno" ou meramente "papel em branco").

O acidente é algo que pode ser inerente ou não ao ser, mas que, mesmo assim, não descaracteriza-se o ser por sua falta (o tamanho de uma flor, por exemplo, é um acidente, pois uma flor grande não deixará de ser flor por ser grande; a sua cor, também, pois, por mais que uma flor tenha que ter, necessariamente, alguma cor, ainda assim tal característica não faz de uma flor o que ela é).

Potência, ato e movimento

Todas as coisas são em potência e ato. Uma coisa em potência é uma coisa que tende a ser outra, como uma semente (uma árvore em potência). Uma coisa em ato é algo que já está realizado, como uma árvore (uma semente em ato). É interessante notar que todas as coisas, mesmo em ato, também são em potência (pois uma árvore - uma semente em ato - também é uma folha de papel ou uma mesa em potência). A única coisa totalmente em ato é o Ato Puro, que Aristóteles identifica com o Bem. Esse Ato não é nada em potência, nem é a realização de potência alguma. Ele é sempre igual a si mesmo, e não é um antecedente de coisa alguma. Desse conceito Tomás de Aquino derivou sua noção de Deus em que Deus seria "ato puro".

Um ser em potência só pode tornar-se um ser em ato mediante algum movimento. O movimento vai sempre da potência ao ato, da privação à posse. É por isso que o movimento pode ser definido como ato de um ser em essência enquanto está em potência.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles

0 comentários: